Viver e escrever
- Davi Roballo
- 24 de ago. de 2016
- 1 min de leitura

Há dias em que pareço enlouquecer de vez
Enquanto escrevo,
Pois a caneta transforma-se em uma espada,
Que se agita e desenha-me no papel,
Mas em um lapso de lucidez percebo rapidamente
Que escrever é lutar inutilmente contra a certeza da morte.
A caneta se torna espada e a espada se torna caneta
Na luta em busca do eternizar no papel
Tudo aquilo que colho pelo meu caminho,
Tudo aquilo que sinto e me faz viver…
Ante a certeza de um fim sem data específica,
O escrever se torna meu apego à vida,
Uma corrida contra o tempo
Ciente de que tudo é transitório,
Tudo vem e tudo um dia tem de partir…
Mas, minha alma, meu sentir
Quer ao menos permanecer
Nas páginas de um livro,
No grafite de um muro,
Ou em alguma música
Que dê alegrias a ouvidos de ouvir,
Pois ser lembrado é viver mesmo já tendo partido,
Enquanto que ter apenas existido é andar de mãos dadas
Com algo sem rosto, algo para sempre ignorado…
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